Águas serenas

Por Henrique Córdova

Da margem verde do lago azul,
Seus pensamentos tumultuados,
Confusos,
Fizeram-se névoas outonais;
Seus sentimentos sutis,
Difusos,
Ceifados pela raiz,
Desenharam a figura longínqua,
Indecisa,
De um pequeno aprendiz,
Que, levado por balões inflados,
Flutuou pelo tempo infinito,
Até mergulhar nas águas azuis,
Do lago encantado.

A brisa,
Suave,
Roçou suas vestes
E o canto dos pássaros vespertinos,
Em revoada aos noturnos destinos,
Soou nostálgico aos seus ouvidos.

Não se moveu um centímetro,
Como se plantado estivesse,
No lugar,
Onde o sentimento peregrino
À água atraíra
O seu coração imaturo,
Audaz e aflito.
Depois dançou…
Dançou, então,
E, aos rodopios,
Afastou-se do lago,
Deixou perdidos os seus sentimentos,
Sem saber se eles mergulharam
nas profundezas azuis,
Para encontrar,
Vestir e ensinar o pequeno aprendiz,
Ou vagaram em busca de nova raiz.

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