Alopecia Areata: Os desafios de quem tem a doença rara que faz perder todo o cabelo

“Aos oito anos Yasmin Martinez notou uma falha pontual bem atrás da cabeça. Sua família procurou um dermatologista e começaram a tratar o lugar da queda do cabelo com aplicações de corticoide e remédios tópicos, mas nada adiantou. Foi diagnosticada com alopécia areata, que ficou estagnada por mais dois anos, até que os fios começaram a cair de uma forma mais intensa. A doença é autoimune e causa perda de cabelo em todo o corpo.

Procuraram o dermatologista que disse que a doença evoluiu para alopécia universal – em que não há mais pelos no corpo – e que eu perderia todo o cabelo. Imagina como foi para uma criança de dez anos ouvir isso! Para Yasmin foi uma experiência muito traumática. Continuaram o tratamento, sem melhoras. Ver os fios caindo sem parar durante o banho, me deixava mal e com ansiedade. Então, peguei uma gilete e eu mesma raspei os fios, relatou Yasmin. “Doença rara me fez perder todo cabelo .Sofri e hoje me aceito”.

Até então, não via a condição como um problema, só que a reação das pessoas começou a me afetar,. Passei a sofrer bullying na escola e na rua, o que impactou negativamente a minha vida. Entrei em uma forte depressão, que durou cerca de dois anos. Eu sabia lidar com a situação, porém deixava o ambiente externo me afetar. Era madura para a idade, fazia terapia, e me sentia mal pela ignorância alheia que não conhecia a doença e não deixa seus filhos se aproximarem de mim. As pessoas achavam que eu tinha câncer ou alguma doença contagiosa.

Alopecia areata é uma condição causada por perda irregular, de uma parte do cabelo. O tamanho e o número de áreas com alopecia e sua progressão variam de pessoa a pessoa. Pode afetar todo o couro cabeludo (alopecia total) ou causar perda de todos os pelos do corpo (alopecia universal).

Só com 14 anos conseguiu usar peruca, pois achava que seria outra humilhação e o bullying não parou: antes era porque era careca, depois passou a ser pelo uso da peruca. Mudou de colégio, nunca se senti a vontade para conversar sobre a alopécia, e passou a ver a peruca como uma forma de não encarar a realidade, como se aquele cabelo fosse de fato seu.

Sempre usei perucas com fios naturais ruivos e, como não falava sobre a alopécia, achava que ninguém sabia. Podia rolar uma fofoca ou outra, mas não conseguia me enxergar de verdade. Então, abriu mais um buraco em mim. Não conhecia outras pessoas com a doença, não me sentia forte o suficiente e segura para encarar a realidade.

Yasmin Martinez (Foto: Reprodução Instagram).Tudo mudou quando fiz um post no Instagram falando que tinha alopécia, há um ano. Não aguentava mais me esconder, queria que as pessoas que chegassem em mim soubessem de tudo… Foi aí que várias mulheres se aproximaram, me contando suas histórias com a doença.A minha intenção com a postagem não era me empoderar, mas sim, empoderar outras mulheres que se sentem fora do padrão. Precisamos nos amar como a gente é, com cabelo, sem cabelo… Dá para ser feliz, ter uma vida normal. É um processo de aceitação e de descobrimento com você mesma”.Com informações revista Marie Claire e Uol Viva Bem.

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