Ebânea – Por Henrique Córdova

Guarnecem,
Seu trêfego coração,
Pretas,
Intumescidas,
Sãs e doces,
Duas ameixas,
Sobre as quais,
Suaves,
Pendem
Suas madeixas.

Seu ventre convulso,
Ávido da semente limpa,
Abre-se em clareira mínima,
Circundada por macios fios negros
De curtos cabelos lascivos.

Passos ritmados e longos,
Descrevem a pressa perfumada
De torneados e urgentes desejos
De enlaces
Nascidos dos múltiplos ensejos.
Na semana marcada.

Sorrisos, disfarçados de sóbrios,
Maliciam o momento a seguir,
Distante dos olhares impróprios,
Á margem das caravelas vadias,
Singrando, belas, todos os dias
Mares serenos do infinito devir.

 

Imagem  Muha Bazila

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