Plátanos outonais – Por Henrique Córdova

Sobre o estreito e tortuoso asfalto abrasado,
Serpeando por vales quase esquecidos,
Entre montanhas vestidas de florestas intocadas,
Caem incontáveis folhas douradas de plátanos outonais,
joias de ouro envelhecido,
que o vento vagabundo
tange para os altares
e lares vicinais.

O viajante,
sem horário e com destino certos,
transportou os olhos para a alma embevecida
e a viu enfeitada de eufórica alegria;
exultou pela vida,
de plena,
envaidecida.

O asfalto abrasado,
mais abrasado ainda,
seguiu seu caminho para as coxilhas escampas,
Antessalas hibernais de liberdades imemoriais e pampianas.

Por ele se foi o coração,
em busca da flor
selvagem e doce
de sua eterna
e imprescritível paixão.

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